.eco.br Centelha

Fairphone, como eles próprios se definem, é uma empresa social. Sediada nos Países Baixos (em Amsterdã), foi fundada em janeiro de 2013 por Bas van Abel, Tessa Wernink e Miquel Ballester.

O Fairphone já está na sua terceira geração. O Fairphone 1, chegou ao mercado em 2013, já a segunda geração, em 2015. O primeiro, foi baseado em um telefone pré-existente onde fizeram algumas melhorias. O segundo, desenvolvido do zero, tinha um princípio modular, onde o usuário poderia abri-lo e trocar peças de acordo com a necessidade (troca/conserto).

O conceito é prolongar a vida útil do telefone, conceito que bate de frente com a chamada “obsolescência programada”, onde empresas desenvolvem produtos considerando a vida útil das peças que utilizam e, consequentemente, a vida útil do produto final. Quem nunca passou pela situação de levar um produto para consertar e descobrir que não vale à pena já que sairia mais caro do que comprar um novo? Pior ainda quando descobrem que a garantia expirou a pouco tempo. Mera coincidência? Claro que não. Segundo a Fairphone, a ideia é o usuário poder trocar as peças de reposição pela internet e estender ao máximo a durabilidade do celular.

A missão da empresa é produzir um produto eticamente responsável. A empresa não utiliza minérios das chamadas áreas de conflito (ex: Congo). Além disso, também estão atentos à sua cadeia de fornecedores, desde o fornecimento responsável de materiais até a defesa do bem-estar dos trabalhadores, compartilhando todos os resultados livremente e, desta forma, estabelecendo novos padrões para todo o setor. Com a colaboração de organizações, rastreiam seus materiais, em diferentes locais da cadeia de produção e extração. Mesmo com essas premissas, em 2017 encerraram o suporte ao Fairphone 1, o que gerou muito barulho, mas foi uma daquelas decisões necessárias para não “matar” a empresa.

A terceira geração, também modular como a segunda, utiliza android 9, processador Qualcomm Adreno 632 (64 bit octacore) com 4 GB de RAM e velocidade de 1.8 GHz, capacidade interna de 64 GB expansível para 400 GB, câmera frontal de 8 e posterior de 12 MP, 4G e com espaço para dois cartões nano SIM, bateria de 3000 mAH (li-íon).

Como podem imaginar, não temos o Fairphone aqui. Na Europa, sai por € 450 (compra feita pela internet no site da empresa), entrega de uma a duas semanas. A empresa retorna € 75 na compra do Fairphone 3 se reciclarem o celular antigo com eles. Não acompanha fones de ouvido e carregador.

Os Fairphones já venderam algo em torno de 175 mil aparelhos, para termos uma ideia, a Samsung distribui cerca de 75 milhões de smartphones por trimestre e o mercado como um todo movimenta mais de 1,5 bilhão de aparelhos por ano. Um desafio e tanto se compararmos com esses concorrentes…