Centelha

N.ovo – o ovo vegetal

A Granja Mantiqueira foi fundada no final dos anos 80 (1987) na cidade de Itanhandu (MG), então com 30 mil galinhas. Atualmente é responsável pela maior produção de ovos da América do Sul, com 11,5 milhões de galinhas em suas quatro unidades: duas em Minas Gerais, uma no Mato Grosso (em Primavera do Leste – MT, que aloja 6 milhões de galinhas) e uma no Rio de Janeiro onde são produzidos os Happy Eggs®, ovos de galinhas criadas livres de gaiolas.

Seguindo a tendência dos alimentos “plant-based” ou seja, de origem vegetal (veja outros posts como 100 Foods, Just Eggs, Ecovative, NotCo entre outros) e de olho no mercado dos consumidores veganos e alérgicos ao ovo, a Mantiqueira, desenvolveu um produto substituto ao ovo de origem 100% vegetal, seu nome: N.ovo.

© MANTIQUEIRA

O N.ovo é um substituto aos ovos de origem 100% vegetal para uso culinário, no preparo de receitas como bolos, pães, massas, panquecas e suas receitas preferidas. Feito a base do amido de ervilha, proteína de ervilha e linhaça dourada. Estes componentes passam por processos de alta tecnologia para que possam proporcionar às receitas o mesmo resultado (de acordo com a página da Mantiqueira), se comparado ao uso dos ovos in natura. O produto é um pó (sachê laminado com 132g) que vem acondicionado em uma embalagem que imita uma caixa tradicional de ovos (de polpa de papel), acompanha o produto um dosador de plástico.

Imagem retirada do Livro de Receitas N.ovo – © MANTIQUEIRA

Imagem retirada do Livro de Receitas N.ovo – © MANTIQUEIRA

Ainda segunda a empresa, 11g do N.ovo + 39g de água equivalem a um ovo grande (50g). O produto também pode ser adquirido pelo sistema de assinaturas desenvolvido pela Mantiqueira, chamado de Clube do Ovo, onde o consumidor pode receber os ovos em casa e escolher a frequência com a qual deseja receber seu kit.

Na página da Mantiqueira você pode baixar o pdf com receitas utilizando o N.ovo (https://staging.ovosmantiqueira.com.br/ebooks/ebook_novo.pdf).

Bolinho de chuva feito com N.ovo – © MANTIQUEIRA

Produção de ovos em 2019 no Brasil

Em 2019, a produção de ovos de galinha foi de 3,83 bilhões de dúzias, este número representando aumento de 6,3% comparado ao ano anterior. De acordo com dados do IBGE, houve crescimento ininterrupto dessa atividade, um recorde da série histórica, iniciada em 1987. Em 2018 a produção de ovos de galinha foi de 3,60 bilhões de dúzias, um aumento de 8,6% em relação à 2017. Voltando para 2019, o consumo per capita de ovos entre os brasileiros saltou para 230, em 2018 esse número era de 212 ovos per capita.

O aumento de 226,92 milhões de dúzias de ovos veio de 21, dos 26 estados com granjas enquadradas no universo da pesquisa. Os aumentos mais expressivos ocorreram em: São Paulo (+53,60 milhões de dúzias); Ceará (+30,37 milhões); Minas Gerais (+30,0 milhões); Paraná (+29,36 milhões); Espírito Santo (+20,26 milhões) e Mato Grosso (+18,24 milhões).

Já a maior queda ocorreu no Rio Grande do Sul (-4,71 milhões) e Distrito Federal (-2,43 milhões). As quedas em Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia, somadas não chegaram a cinco milhões de dúzias. O estado de São Paulo continua liderando o ranking de produção nacional, com 29%, seguido pelo Espírito Santo (9,4%), Minas Gerais (9,3%) e Paraná (9,1%). Somente a região Sudeste foi responsável por quase metade da produção de ovos em 2019 com 48,1% da produção.

No último trimestre de 2019 foram produzidas 985,69 milhões de dúzias de ovos de galinha, um aumento de 1,4% em relação à produção do 3º trimestre e 4,7% acima do 4º trimestre de 2018. A produção de ovos do 4º trimestre de 2019 foi a maior da série histórica. Outro dado interessante foi que, a partir dos dados apurados em 2019, verificou-se que mais da metade das granjas, 1.125 (55,1%), produziram ovos para o consumo, respondendo por 81% do total de ovos produzidos, enquanto 915 granjas (44,9%) produziram ovos para incubação, respondendo por 19,0% do total de ovos produzidos. (Fonte: https://avicultura.info/pt-br/producao-de-ovos-2019-ibge/)

Imagem de Varintorn Kantawong por Pixabay – © PIXABAY

Vegetarianismo

Em abril de 2018, o IBOPE Inteligência (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) realizou uma pesquisa que mostrou que 14% da população brasileira se declara vegetariana e que, em comparação com a mesma pesquisa realizada em 2012, onde apena 8% se declarava vegetariana, houve um crescimento de 75%. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%. Atualmente, o número de adeptos dessa opção alimentar está perto dos 30 milhões de brasileiros.

O número de pessoas que exclui alimentos de origem animal de seu cardápio reflete tendências mundiais que se consolidam ano a ano em busca de uma alimentação mais saudável, sustentável e ética. As motivações são muitas, desde os benefícios de uma alimentação vegetariana, impacto ambiental negativo da pecuária, indignação com as condições de vida impostas aos animais usados nos processos de produção entre várias outras.

O vegetarianismo é o regime alimentar que exclui todos os tipos de carnes enquanto o veganismo (definição da Vegan Society), é um modo de viver (uma “escolha”) que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo. Ainda encontramos o flexitarianismo, uma fusão das palavras “vegetarianismo” com a palavra “flexível”, é a dieta onde a pessoa pratica o vegetarianismo, mas se permite o consumo eventual de carne.

Como já vimos em outros posts relacionados aos produtos plant-based, este movimento de novas empresas e novos produtos (oferecidos também empresas já estabelecidas em outros segmentos como a Mantiqueira) crescem a olhos vistos.

Olhando para esses números da produção de ovos no Brasil ficam algumas perguntas, no futuro veremos uma substituição ou mesmo uma diminuição da oferta de produtos de base animal por produtos vegetais? Ou apenas veremos um aumento no variado e gigantesco portfólio de produtos que existem no mudo? Veremos…

 

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