Centelha

Notpla – embalagens comestíveis

Como tudo começou

A Notpla se define como uma star-up de embalagens sustentáveis. Mas o que eles fazem?

Em 2013, Rodrigo Garcia Gonzalez e Pierre Paslier fundaram a Skipping Rocks Lab enquanto ainda eram estudantes do curso de Innovation Design Engineering do Royal College of Art (Londres). Nessa época publicaram um vídeo sobre o Ooho, mostrando como fazer uma esfera com água dentro, esfera essa feita com alginato de cálcio (uma substância natural derivada de algas) e lactato de cálcio de grau alimentício (que pode ser utilizado para alimentação humana), depois deste vídeo e, por ter feito muito sucesso, se juntaram ao Climate-KIC (Knowledge and Innovation Community) ou Comunidade de Conhecimento e Inovação que tem o foco em acelerar a transição para uma economia de zero carbono.

Começou então a colaboração com químicos e engenheiros químicos do Imperial College para testar Ooho em eventos, festivais e lojas de conveniência e logo começaram a trabalhar em uma tecnologia de fabricação escalável. Em 2017, através de um financiamento coletivo no CrowdCube (plataforma britânica) conseguiram fundos (£ 850.000, um recorde em apenas três dias, com a participação de 900 investidores) para a primeira máquina e a montar um centro de fabricação em Londres. Em 2018, com investimentos da Sky Ocean Ventures, iniciaram o desenvolvimento do segundo produto e a expandir as equipes comercial, de química, engenharia e design.

© NOTPLA

Notpla

Notpla nada mais é do que o material do Ooho, ou seja, é o material que envolve a água ou outros produtos como: ketchup, mostarda e diversos outros molhos e bebidas. Com a expansão do Notpla, resolveram mudar o nome da start-up (antes era Skipping Rocks Lab) assumindo o nome do material – Notpla.

O material é feito de uma combinação de algas e plantas, se biodegrada em um período entre 4 a 6 semanas, mas pode também ser ingerido, tornando-o ideal para situações de consumo em movimento, como por exemplo, em corridas.

© NOTPLA – https://www.instagram.com/notpla/

De acordo com a Notpla (site), as algas, crescendo até 1 metro por dia, não competem com culturas de alimentos, não precisam de água fresca ou fertilizante e contribuem ativamente para desacidificar os oceanos. Ao contrário do PLA (poliácido láctico ou ácido polilático, polímero constituído por moléculas de ácido lático, um ácido orgânico de origem biológica obtido a partir de recursos renováveis), ele é compostável em casa e não contamina a reciclagem de PET.

© NOTPLA – https://www.instagram.com/notpla/

© NOTPLA – https://www.instagram.com/notpla/

Produtos

O Ooho, além dos eventos esportivos (corridas etc.), pode também ser utilizado para drinques, como fez a tradicional marca de uísque Glenlivet (Pernod Ricard), com a inovadora série limitada de drinques “glassless” (sem vidro, ou melhor, sem copo) chamada “Capsule Collecction” em parceria com a lenda dos coquetéis, Alex Kratena.

© PERNOD RICARD

Além do Ooho (embalagem plástica comestível e biodegradável), a Notpla também oferece o Notpla Liner, um revestimento para embalagens de papelão tornando-as à prova de água e gordura, ideal para embalagens para entregas.

© NOTPLA – https://www.instagram.com/notpla/

© NOTPLA – https://www.instagram.com/notpla/

Algas

As algas (seres protistas, eucariontes e autotróficos fotossintetizantes), são fundamentais para a manutenção da vida no nosso planeta, isso porque liberam grande quantidade de oxigênio para a atmosfera (estima-se que aproximadamente 90% do oxigênio presente na nossa atmosfera seja gerado pela fotossíntese das algas planctônicas). Vivem em água ou ambientes com presença de muita umidade. Por realizarem fotossíntese, durante muito tempo, foram classificadas como sendo plantas, porém, somente as algas verdes possuem uma relação com a evolução das plantas. Muitas algas apresentam um conteúdo rico em proteínas, vitaminas e sais minerais, polissacarídeos, são muito utilizadas na alimentação, principalmente pelos povos orientais, a mais de 10.000 anos. Por estas e outras características são utilizadas na indústria alimentícia, cosmética, de tintas, farmacêutica, como se não bastasse, também podem ser utilizadas como purificadores e possuem grande potencial para a geração de energia (biocombustíveis e energia elétrica), estudos e desenvolvimentos neste sentido ocorrem ao redor do mundo.

© IMAGEM DE BEN KERCKX POR PIXABAY

 

FONTE(S):

https://www.notpla.com/

https://www.climate-kic.org/

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