Centelha

Eco Wave Power – energia das ondas

A Eco Wave Power é uma empresa fundada em Israel em 2011 por Inna Braverman (na época da fundação com apenas 24 anos de idade), empreendedora no segmento tecnológico e David Leb, inovador e empreendedor de sucesso. A empresa desenvolveu uma tecnologia que explora o movimento das ondas para gerar eletricidade.

A geração de energia contribui com cerca de 60% dos GEE (Gases do Efeito Estufa), muito por conta da exploração e utilização dos combustíveis fósseis. Muitos estudos indicam que o futuro (e o presente) relacionado com energia está na diversificação da fonte energética, explorando o potencial dos locais. A energia maremotriz, ou das marés, já existe há bastante tempo (como a usina francesa de la Rance, de 1966), mas não se desenvolveu tanto quanto a eólica e a solar (várias razões para isso, principalmente os altos custos envolvidos). A energia maremotriz explora o sobe e desce das marés, no caso da tecnologia da Eco Wave Power, esta explora as ondas.

O diferencial na tecnologia da Eco Wave Power está na sua abordagem revolucionária que utiliza estruturas já existentes, como os quebra-mares, minimizando os custos e ficando próxima das áreas consumidoras, diferente de muitas usinas maremotriz que precisam ser instaladas longe da costa (aumentando enormemente os custos). De acordo com a ONU (relatório de 2017), cerca de 40% da população mundial vive a menos de 100 quilômetros da costa. Outro ponto positivo da tecnologia da EWP está no princípio da modularidade, que permite escalar conforme a necessidade e as condições do local.

© ECO WAVE POWER

Como funciona

Os flutuadores extraem energia das ondas convertendo seus movimentos (crescente e decrescente) em um processo de geração de energia limpa. O movimento dos flutuadores comprime e descomprime pistões hidráulicos que transmitem fluido hidráulico biodegradável para acumuladores localizados em terra. Nos acumuladores, a pressão gerada gira um motor hidráulico, acionando o gerador e, em seguida, a eletricidade é transferida para a rede, através de um inversor. O fluido, após a descompressão, volta para o tanque de fluido hidráulico, onde é reutilizado pelos pistões, criando um sistema circular fechado. Com ondas de 0,5 metro já é possível gerar eletricidade. Toda a operação é monitorada e controlada por um sistema autônomo. Um dado interessante sobre o sistema é que, caso haja uma tempestade gerando ondas muito altas, os flutuadores são erguidos automaticamente até uma posição vertical (acima do nível da água) até que a altura das ondas volte a uma altura adequada.

Esquema de funcionamento – © ECO WAVE POWER

© ECO WAVE POWER

Segundo a empresa, além da modularidade e escalabilidade, essa tecnologia é confiável e econômica, fácil de construir e operar, devido à sua localização acessível em terra. Além disso, são baixos custos de manutenção e conexão com a rede, também devido à proximidade dos pontos de conexão da rede.

Reconhecimento

A empresa já recebeu vários prêmios por seu impacto ambiental positivo, dentre eles está o Prêmio Global de Ação Climática das Nações Unidas (2019). A cofundadora Inna Braverman, nascida na Ucrânia na época do acidente em Chernobyl (1986), sofreu uma parada respiratória (decorrente da poluição gerada pelo acidente) e fez disso sua missão, encontrar fontes alternativas de energia limpa. Essa missão culminou no desenvolvimento da tecnologia Eco Wave Power, mais precisamente no Instituto de Hidromecânica de Kiev em 2011, com testes em tanque de ondas. Em dezembro de 2011, a Eco Wave Power concluiu seu teste em tanque de ondas e recebeu um protocolo do Hydro Mechanic Institute recomendando a continuação do desenvolvimento do sistema de geração de energia baseado em tais princípios ampliando o modelo para tamanhos maiores.

Estação em Gibraltar – © ECO WAVE POWER

Pelo seu trabalho na EWP, Inna recebeu alguns prêmios e reconhecimentos como “100 Makers and Mavericks” pela Medium.com, fez parte da lista “Females Changing the World” da Wired, “Eight young innovators with ingenious ideas for the future of energy” da Smithsonian Magazine e “30 most influential women in the world” pela MSN.com.

Estação em Gibraltar – © ECO WAVE POWER

Projetos

Em 2014, a EWP assinou um contrato de compra de energia (5MW) com o Governo de Gibraltar e a Autoridade de Eletricidade de Gibraltar. A construção foi cofinanciada pelo Fundo de Desenvolvimento Regional da UE e por grupos de investimentos privados. A abertura oficial da usina de energia das ondas no lado leste de Gibraltar se deu em 2016. Em 2018, a estação registrou mais de 15 mil horas de conexão à rede – um recorde mundial de energia das ondas. Quando o projeto atingir os 5 megawatts previstos, deve suprir aproximadamente 15% das necessidades de eletricidade de Gibraltar.

Estação em Gibraltar – © ECO WAVE POWER

Estação em Gibraltar – © ECO WAVE POWER

No porto de Jaffa (desde 2014), em Israel, a Eco Wave Power opera uma usina piloto fora da rede, para melhoria e modificação do sistema e P&D. Nesta estação são testados novos desenvolvimentos visando melhorar continuamente a tecnologia de energia das ondas.

Após teste em Jaffa, a EWP instalou painéis solares nos flutuadores (chamada de solução combinada) na estação de Gibraltar para um melhor aproveitamento energético do sistema. Para cada painel, há um ganho de 330 watts de energia gerada.

Solução combinada em Gibraltar – © ECO WAVE POWER

Em abril de 2020, a EWP assinou um contrato de concessão com a APDL (Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo – Portugal) referente ao uso de uma área potencialmente adequada para a construção, operação e manutenção de uma usina de energia das ondas de até 20MW em quatro locais pertencentes e operados pela APDL. De acordo com o contrato firmado entre as partes, a APDL concederá à EWP seus “quebra-mares” por um período de 25 a 30 anos, enquanto a Eco Wave Power será responsável por garantir todas as licenças, construir e comissionar a(s) usina(s) e vender a eletricidade que será gerada de acordo com uma cota de produção aprovada, a ser determinada para cada local. Planejada para ser construída em duas etapas. Na primeira etapa, a Eco Wave Power construirá um projeto de até 5MW, enquanto na segunda, construirá, operará e manterá a capacidade restante da usina (15 a 19 MWs adicionais).

Ilustração da estação em Portugal – © ECO WAVE POWER

Será que veremos essa tecnologia por aqui?

Com um litoral com 7.491 quilômetros de extensão (fonte: Wikipedia), somos o 16° país com maior litoral, sendo a Bahia, o maior estado, com 932 quilômetros (12,4%).

Para variar não aproveitamos todo o nosso potencial.

 

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FONTE(S):

Eco Wave Power

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