Fini – sai o colágeno entra a pectina
Colágeno e as gelatinas
O colágeno representa cerca de 1/3 das proteínas tanto no nosso corpo quanto na dos animais. É responsável pela força e elasticidade da pele, dos ossos e dos tendões. As gelatinas que conhecemos, são feitas desse mesmo colágeno animal.
Em uma descrição simplificada, para se transformar o colágeno animal em gelatina, partes dos animais (bovinos, suínos) são trituradas, são pré-tratadas com fortes ácidos ou fortes bases que quebram as estruturas para liberarem as proteínas, no caso, o colágeno.
A mistura passa por um processo de fervura, onde se forma uma camada na superfície que dá origem à famosa gelatina. Outros processos fazem parte desta operação como a esterilização, secagem e moagem. Como resultado, um pó incolor que tem diversas aplicações em segmentos industriais, dentre eles, o farmacêutico e o alimentício. Utilizada como endurecedor, para engrossar a comida, como um emulsificador ou mesmo um estabilizador em produtos alimentícios ou mesmo em receitas culinárias.
A gelatina é encontrada em inúmeros produtos alimentícios como lácteos e sobremesas (iogurtes, queijos, sorvetes, creme de leite), refrigerantes e outras bebidas (pré-clarificação de vinhos e sucos), molhos, embutidos (carne enlatada, salsicha, presunto), confeitos (caramelos, gomas) entre outros. Outros segmentos como o cosmético e o farmacêutico também utilizam a gelatina. Cremes, xampus, loções, pomadas, comprimidos, pílulas. Também é utilizada como revestimento de filmes fotográficos e papéis para impressão, produtos para limpeza (detergentes), fertilizantes etc.
Balas de gelatina
Como o próprio nome diz, as balinhas multicoloridas de gelatina, obviamente são feitas de gelatina. Neste mês de novembro a Fini lançou a suas balas veganas, não mais feitas com a gelatina de origem animal, mas sim, com pectina*. Um movimento bastante interessante vindo de uma das empresas líderes nesse segmento de guloseimas.
* A pectina é um polissacarídeo formado por monômeros de ácido galacturônico unidos entre si por ligações glicosídicas. Suas moléculas compõem a parede celular de vegetais produtores de sementes, desempenham a função de cimentação intercelular e atuam de forma conjunta com outros polissacarídeos, como celulose e hemicelulose. (Fonte: InfoEscola)
A entrada no mercado vegano se dá com o lançamento da linha Frutiê, de acordo com a empresa, “a primeira bala mastigável de pectina da Fini Brasil”. As guloseimas são produzidas na fábrica da Fini em Jundiaí (SP).
A novidade vem em forma de uma bala mastigável macia e cremosa, em três sabores: Sobremesas (torta de limão, morango cremoso e pavê de abacaxi), Frutas Sortidas (abacaxi, laranja, lima-limão e morango) e Frutas Vermelhas (cereja, framboesa e morango), nas versões 70 g e 200 g. Outra novidade entre as balas da Fini, está no fato de ser a sua primeira bala unitária vendida no Brasil (são embaladas individualmente).
De acordo com a gerente executiva de marketing da marca, Andrea Köhler, a entrada em um novo nicho “é um passo importante para a Fini lançar um produto sem nenhuma origem animal e entrar em um mercado que é cada vez mais tendência”. “Com isso, conseguimos ampliar perfis de consumidores e abrir ainda mais competitividade no mercado.” As balinhas da linha Frutiê têm a importante certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e estampam o selo de produto vegano em todas as embalagens.
O mercado vegetariano/vegano, como já comentado aqui na Centelha em outros posts, cresce sistematicamente. Para se ter uma ideia, o interesse do público por veganismo cresceu 941% nos últimos 8 anos (fonte: pesquisa “Alimentação sob um olhar digital” da DECODE e BHB Foods e Suplementos). Segundo pesquisa do IBOPE Inteligência de 2018, 55% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos se estivessem indicados na embalagem, ou se tivessem o mesmo preço que os produtos que estão acostumados a consumir (60%). Nas capitais, esta porcentagem sobe para 65%.
Ainda de acordo com a mesma pesquisa do IBOPE, no Brasil, 14% da população se declara vegetariana, representando quase 30 milhões de brasileiros que se declaram adeptos a esta opção alimentar (número maior do que as populações da Austrália e Nova Zelândia juntas). Em 2012, 8% se declarava adepta do estilo.
Esses dados refletem uma tendência que não é só nacional, é também mundial, consolidam as opções de um crescente público que busca uma alimentação mais saudável, sustentável e ética. Uma grande oportunidade para empreendedores.
A Fini
Fundada em 1971, de origem espanhola (Grupo Sánchez Cano), a Fini está no Brasil desde 1998, iniciando as atividades com as balas “dentaduras” e as “minhocas”. Com presença em mais de 80 países sendo uma das principais produtoras mundiais de balas de gelatina, marshmallows, tubes e chicles. No Brasil, as guloseimas são fabricadas em Jundiaí (SP).
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